quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Aflição não combina com amor
não combina com amizade
não combina com nada.

e eu estou só aflição

imediatamente me veio à cabeça
situações em que o silêncio me disse coisas terríveis
(o silêncio não é dado a amenidades)
é um silêncio que fala:
sobre desinteresses, esquecimento, recusa.

o silêncio é a antessala do fim.
ele está na espreita

ele arquiteta planos
que não são compartilhados

É o silêncio de um, mandando más notícias
para o desespero do outro.

O único silêncio que perturba,
é aquele que fala.

E fala alto.

Não há resposta aos telefonemas
não há mensagem na caixa de entrada
ninguém bate à sua porta
e mesmo assim você entende a mensagem.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010


Hoje eu ía escrever sobre solidariedade, mas algo aconteceu comigo...e volto à Vaidade.Volto a pensar no que realmente é importante (para mim): serenidade. Faço qualquer coisa para não sair do estado de equilíbrio (que é tão frágil), até finjo que acredito no amor. Soa estranho para mim ,mas vou tentar me livrar da vaidade e abrir o peito. Senta qué lá vem a história:
Há muitos anos atrás, eu estava de casamento marcado e inusitadamente conheci uma pessoa e me apaixonei,porém optei pelo casamento e não me arrependo. De verdade! Meu primeiro marido era uma pessoa ímpar, dessas que toda mãe quer para genro e toda mulher quer para pai dos filhos. O grande problema é que ele era ímpar e eu queria um par.Nos separamos dois anos após nos casarmos. Quatro anos depois casei-me novamente e aí durou uns doze anos. Tenho dois filhos dessa união. A separação foi dolorida. Mesmo! Não sabia que ele tão importante na minha vida. Mas, passou. Hoje guardo as melhores lembranças e quando as lembro tenho bons momentos de alegria e de plenitude: fui feliz. Bastante! Bem, após a separação, entrei numa anorexia brava, perdi meu pai e meu emprego.Foi "punk" ressucitar.Isso faz sete anos. Consegui mesmo recomeçar, ter um bom emprego e estabilizar as finanças (mais ou menos...) há dois anos.Durante esse período reencontrei àquele que foi minha paixão um dia (lá atrás antes do primeiro casamento) e ele também recém-divorciado e também com muitas feridas. Esfregamos nossas feridas e eu comecei a achar que agora, enfim a estabilidade e a paz morariam comigo. Ele é calmo, tranquilo, de fala mansa, gentil, cordato e nos damos muito bem na cama (no sofá, na mesa,no chão...).E isso é muito importante! Pensa: somos amigos, somos amantes, nós dois temos filhos (dois cada um),somos divorciados...Não parece perfeito? Ainda bem que não é. Outro dia eu li em algum lugar que nossas células têm memórias...Tem mesmo. Sinto que estamos vulneráveis e que não sabemos mais se é isso que queremos. Tanto ele como eu. Mas minha memória celular me diz FICA!!! E eu reluto em falar sobre isso. Sabe DR (discutir a relação). Também a distância têm sido nossa amiga. Temos nos visto muito pouco. Hoje começamos conversar ao telefone e chegamos à conclusão que o melhor seria nos separarmos. Era isso que eu queria, mas minhas células não sofrem de amnésia. A possibilidade de sofrer me faz sofrer.Não é a dor do sofrimento é o medo da dor do sofrimento. É como a malária. Uma vez com malária não há cura. Qualquer indi´sposição é um febrão (nunca tive malária). Daqui à pouco ele vai chegar. Tenho duas opções: deixar pra lá, fingir que não está acontecendo nada e jurar amor eterno ou encarar de vez que esta relação é só uma lembrança. Ela não existe de verdade. E o que existe de verdade? Os menos românticos diriam que as contas existem. Ontem falei em vaidade, em frustação. Não falei da força que temos que ter.Hoje eu tinha quase pronto na cabeça um texto sobre solidariedade.Um filme que me falasse de solidariedade. Pensei em Philadélfia (aquele do advogado que é demitido por se soropositivo) e por fim percebo que eu tenho que ser solidária:primeiro comigo e com meus sentimentos, depois com ele e com suas vontades (pelo menos nesse momento) e deixar somente o alterego agir. Ficar sozinha não é o fim do mundo.Eu sou uma excelente companhia para mim mesma. E para falar a verdade sozinha eu nunca fiquei...Amanhã eu conto mais. Bjs

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Vaidade...


1988- "Ligações Perigosas".

Retrato da franca decadência de uma burguesia fútil, que se apóia em bons costumes hipócritas para mascarar intrincadas redes de manipulações de sentimentos, interesses financeiros e jogos sexuais.
Ambientado na decadente França do fim do século XVIII, o filme narra eventos amorosos e até criminosos orquestrados pela ardilosa e dissimulada Marquesa de Merteuil (Glenn Close). Ao lado de Michele Pfeifer, Uma Thurman e Keanu Reeves e PRINCIPALMENTE ao lado de John Malkovich, Glenn conseguiu demonstrar que a vilania não pressupõe assassinatos ou violência: através de cartas, de pensamentos e de omissões, ela se transformou no retrato fiel da crueldade aristocrática e, porque não dizer, feminina.
Em algum momento do filme ela cita a frase bíblica (Eclesiasticus?)"Vaidade, vaidade, tudo é vaidade" E num outro (aproveitando-se da ocasião) "Vaidade e Felicidade são incompatíveis"(esta é a minha preferida).
Já vi esse filme um monte de vezes e cada vêz esta frase me toca de uma forma.
Hoje, ligo vaidade à falta de serenidade (não estou falando da vaidade de passar batom,se arrumar e etc). Essa vaidade que consome todos os atos, os dias, as ações... Essa vilã do pensamento. A vaidade de ter um namorado, de ser bem sucedido, de ser aceito nas rodas sociais, de estar por dentro do mundo da moda, de ter, ter, ter...
Escolhi o tema para abrir meu blog, talvez porque esteja vendo desmoronar essa "vaidade" lá em Florianópolis, na casa da minha irmã... Mas isso vai ficar para amanhã.
Agora vou ler um pouco para não sucumbir no maravilhoso mundo da Rede Globo e seus Big Brothers
Até amanhã