terça-feira, 23 de fevereiro de 2010


Hoje eu ía escrever sobre solidariedade, mas algo aconteceu comigo...e volto à Vaidade.Volto a pensar no que realmente é importante (para mim): serenidade. Faço qualquer coisa para não sair do estado de equilíbrio (que é tão frágil), até finjo que acredito no amor. Soa estranho para mim ,mas vou tentar me livrar da vaidade e abrir o peito. Senta qué lá vem a história:
Há muitos anos atrás, eu estava de casamento marcado e inusitadamente conheci uma pessoa e me apaixonei,porém optei pelo casamento e não me arrependo. De verdade! Meu primeiro marido era uma pessoa ímpar, dessas que toda mãe quer para genro e toda mulher quer para pai dos filhos. O grande problema é que ele era ímpar e eu queria um par.Nos separamos dois anos após nos casarmos. Quatro anos depois casei-me novamente e aí durou uns doze anos. Tenho dois filhos dessa união. A separação foi dolorida. Mesmo! Não sabia que ele tão importante na minha vida. Mas, passou. Hoje guardo as melhores lembranças e quando as lembro tenho bons momentos de alegria e de plenitude: fui feliz. Bastante! Bem, após a separação, entrei numa anorexia brava, perdi meu pai e meu emprego.Foi "punk" ressucitar.Isso faz sete anos. Consegui mesmo recomeçar, ter um bom emprego e estabilizar as finanças (mais ou menos...) há dois anos.Durante esse período reencontrei àquele que foi minha paixão um dia (lá atrás antes do primeiro casamento) e ele também recém-divorciado e também com muitas feridas. Esfregamos nossas feridas e eu comecei a achar que agora, enfim a estabilidade e a paz morariam comigo. Ele é calmo, tranquilo, de fala mansa, gentil, cordato e nos damos muito bem na cama (no sofá, na mesa,no chão...).E isso é muito importante! Pensa: somos amigos, somos amantes, nós dois temos filhos (dois cada um),somos divorciados...Não parece perfeito? Ainda bem que não é. Outro dia eu li em algum lugar que nossas células têm memórias...Tem mesmo. Sinto que estamos vulneráveis e que não sabemos mais se é isso que queremos. Tanto ele como eu. Mas minha memória celular me diz FICA!!! E eu reluto em falar sobre isso. Sabe DR (discutir a relação). Também a distância têm sido nossa amiga. Temos nos visto muito pouco. Hoje começamos conversar ao telefone e chegamos à conclusão que o melhor seria nos separarmos. Era isso que eu queria, mas minhas células não sofrem de amnésia. A possibilidade de sofrer me faz sofrer.Não é a dor do sofrimento é o medo da dor do sofrimento. É como a malária. Uma vez com malária não há cura. Qualquer indi´sposição é um febrão (nunca tive malária). Daqui à pouco ele vai chegar. Tenho duas opções: deixar pra lá, fingir que não está acontecendo nada e jurar amor eterno ou encarar de vez que esta relação é só uma lembrança. Ela não existe de verdade. E o que existe de verdade? Os menos românticos diriam que as contas existem. Ontem falei em vaidade, em frustação. Não falei da força que temos que ter.Hoje eu tinha quase pronto na cabeça um texto sobre solidariedade.Um filme que me falasse de solidariedade. Pensei em Philadélfia (aquele do advogado que é demitido por se soropositivo) e por fim percebo que eu tenho que ser solidária:primeiro comigo e com meus sentimentos, depois com ele e com suas vontades (pelo menos nesse momento) e deixar somente o alterego agir. Ficar sozinha não é o fim do mundo.Eu sou uma excelente companhia para mim mesma. E para falar a verdade sozinha eu nunca fiquei...Amanhã eu conto mais. Bjs

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